SAMBAS-ENREDO ANTIGOS
1978
Enredo: Criação do Mundo, segundo os Carajás
Compositores: Hercules Correa, China, Betinho e Luiz do Engenho
Foram os carajás
Que através de um menino
Surgiu uma lenda genial
A criação do mundo
O Engenho tras pra este carnaval
Os carajás
Viviam num mundo feliz
Sob as águas do rio
Só morriam cansados de muito viver
Mas o grande sonho
Era a terra conhecer
E foi então (e foi então)
Com esperança e emoção
Saíram do furo das pedras
Percorreram a terra que era só escuridão
Encontraram galhos, frutos e animais
O menino entrou pra lenda dos carajas
Quando o urubu-rei aprisionou (bis)
A paisagem por encanto mudou
Em troca da liberdade do velho rei
O menino ditou a sua lei
Quero enfeites, e o coração em alegria
O rei trouxe a lua e as estrelas (bis)
Ao trazer o sol, raiou o dia
1981
Enredo: O Curioso Mercado Ver-o-Peso
Compositores: ?????
Chegando palhas, botes e veleiros
Montarias, canoeiros
Iguarias e coisas mais
Com um vozerio alucinante
Muita gente fervilhante
De manhã desperta o cais
Vamos ver o peso verdadeiro
Dizia o nativo canoeiro
Indo pra repartição fiscal
Pra ver o peso no Brasil colonial
Guajará era o ancoradouro
E desde o tempo do colono e do ouro (bis)
O belo vale do Igapó de Açaí
Virou mercado junto à voz de Peri
Hoje o Engenho enaltece
E à Belém agradece
As suas vendas capitais
Levando pra pessoa rica e pobre
Do plebeu até o nobre
Todas as classes sociais
O mercado variado de alimentos
Frutas frescas, ornamentos
Utensílios e animais
1984
Enredo: Ô Tuca Juê
Compositores: Hércules, Balinha, De Minas, Parrô e Fernando Black
Vou mostrar (vou mostrar)
Costumes que vieram de além-mar (de além-mar)
Num colorido tão sutil
Tradições da África
Para o meu Brasil (meu Brasil)
"O reino do Congo"
"Matamba, o poderio português"
"As congadas em terras brasileiras"
"E a coroação dos reis"
Saruê muene
Dunga tará sinherê
Ocun saruê (bis)
Olorum modupê
Dunga lá obá
Cô si obá cã afi, olorum
Nada é mais poderoso que o senhor (que o senhor)
Fica nu zimbado ô muleque pequenino
Deixa o nosso rei passá (rei passá)
Os atabaques anunciam
A festa já vai começar
Meu coração explode de alegria
E com os negros vou cantar
Uê uá uê ô Didê
Matangira ô lê lê (bis)
Ô Tucá Juê
1985
Enredo: Não existe pecado do lado de baixo do Equador
Compositores: Guará, De Minas e Marco de Lima
Vejam nesse lindo visual
A pureza do nativo (bis)
Do nosso torrão natal
Beleza desse imenso paraíso tropical
No auge da maior festa nacional
A alegria é constante em todo semblante
A paz e o amor
Pois não existe pecado
No lado de baixo do Equador
Que os anjos digam amém
Aqui tem tudo, amor
E nada tem
Vem o Engenho querido mostrar
Que triste doutrina trouxeram pra cá
Doce terra hoje canta em seu louvor
Bato palmas para o seu governador
Parabéns ao bom salário (bis)
À boa vida do operário
E ao meu sonho de pierrot
Mais uma vez é carnaval
Ah, minha doce quimera
É inflação no final
Dona de casa, sacode a poeira (bis)
Mostre a raça brasileira
1986
Enredo: Ganga-Zumba - raiz de liberdade
Compositores: Guará, De Minas, Bizil e Jacy Inspiração
Quando o leiloeiro apregoou
Vai haver uma princesa no leilão
Não sabia que vendia
Quem daria a luz um dia
A raiz da libertação
Liberdade, palavra com sabor de mel
No cativeiro tão cruel
Negros fugiam e se reuniam
Entre vastos palmeirais
Eis que a nação quilombola surgiu
Evoluiu muito mais
O rufar dos atabaques
Ecoava pelos ares (bis)
No grito de liberdade
Do Quilombo de Palmares
É festa na aldeia
É canto, é dança, é batucada
A lua no céu clareia
É o sangue, o suor, a raça
É Ganga Zumba que chegou pra desbravar
Aquele povo bravamente despertou
Existe a luta para quem quiser lutar
E este exemplo pelo tempo se espalhou
Liberdade, um direito
E nos versos da canção
É a brisa que me embala (bis)
É a força da razão
1987
Enredo: E o Rio amanheceu cantando
Compositores: Hércules Corrêa e De Minas
Oh, meu Rio
Sala de visitas do Brasil (oh, meu Rio)
Oh, meu Rio
De encantos e belezas mil (e no meu canto)
No meu canto verde e rosa
Em verso e prosa vou recordar
Os cabarés, a grande Lapa
A malandragem, serenatas ao luar
O girar da roleta
A gandaia no mar (bis)
Praça Onze, a Ciata
A mulata a sambar
(Oh, vem morena)
Vem morena
Teu bronzeado vem do mar
Risca esse chão de poesias
Vista a fantasia, vem brincar
Desperta cidade formosa, maravilhosa
Hoje é o seu dia
Canto, com o coração minha alegria
Dou parabéns a você
De braços dados à folia
O meu Rio tem, vem que tem, oi (bis)
Samba, futebol e muito amor também
1988
Enredo: De sete em sete pintando um sete
Compositores: Balinha, Orlando Barros, Bizil, Marquinho da Dona Geralda, Evaldo e Chico Responsa
De sete em sete eu vou por aí
Pintando uns setes na Sapucaí
Não é mentira o que eu conto aqui (bis)
Dó ré mi fá sol lá si
É tudo sete
Quem tem sete se diverte
Nesses dias de folia
Vamos falar
Do sete em nosso dia-a-dia
Eu danço a dança dos véus
Eu tenho as chaves do céu
A minha esperança é demais
Sem os pecados capitais
Seu Sete da Lira
Os dias da semana (bis)
As maravilhas do mundo
Que o Engenho engalana
Vou brilhar com arco-íris
Brincar de roda com os sete anões
Vou beijar Branca de Neve
Cobrar a quem me deve
Tocar os sinos e ouvir canções
Eu tenho a força
A hidra vou vencer (vou vencer)
Aceite um conselho
Não quebre espelho
Para não se arrepender
1989
Enredo: Canta Brasil
Compositores: Vanil do Violão, Dilson e João Henrique
Hoje minha voz vem entoar
O coração alegre extravasar
Minha escola unida num só canto
Vestida em vermelho e branco
Rememora o cancioneiro popular (popular)
Negros e brancos em harmonia
Na mais sutil poesia
Belas canções vem legar
Um samba de roda
Batido na palma da mão (bis)
Cavaquinho e viola
Batucada e samba canção
Cenário de beleza sem igual (canta Brasil)
Brasil (meu Brasil), meu Brasil brasileiro
Choro um chorinho musical
Brasileirinho, meu mulato faceiro
Caminhando por um chão de estrelas
Brilham musas das canções
Amélia, uma mulher verdadeira
Terezinha, Terezinha
Vibrava com o Chacrinha a multidão
No grito do Velho Guerreiro (bis)
O rei da comunicação
E nessa festa o Engenho enaltece
E em versos agradece
Aqueles que cantaram o Brasil (bis)
1990
Enredo: Dan, a serpente encantada do Arco-íris
Compositores: Paulinho Poesia, Da Silva, Evaldo, Peneirinha, Marcos da Dona Geralda e Luiz Bady
Vindo de mãe África distante
Como serpente ou arco-íris
Orixá Oxumaré
Com a dualidade entre o bem e o mal
A noite, o dia, a lua e o sol
(Conta a lenda)
Que nos seis meses de arco-íris
Leva as águas de Oxum
Para o castelo no céu de Xangô
E assim lhe saúda a nação nagô
Aroboboi, Aroboboi
Aieieu mamãe Oxum (bis)
Aieieu Oxumaré
Babalaô, era explorado
Por Olofin, o rei de fé
Que consultava a sorte
Quatro em quatro dias
E na pobreza ele vivia
Mas felizmente chamado por Ologum
Que agredecendo a cura
Do seu filho então lhe deu
Uma vestimenta no mais belo azul
E assim Oxumaré enriqueceu
Olodumaré, o deus supremo estando cego
Oxumaré mandou chamar
E depois de seus olhos curados
Impede Oxumaré a terra retornar
No Brasil
Os iaôs cantam e dançam para exaltar
Dan-Oxumaré, dou-lhe oferendas
E peço axé à Oxalá
Vem da África
Originária do país de Daomé
Vem da África
Um canto forte em louvor a Oxumaré
Sete cores no arco-íris
E a serpente a rastejar (bis)
Ele é Dan-Oxumaré
Na quibanda, quibanda
1991
Enredo: Meu padrinho Padre Cícero do Juazeiro do Norte, olhai pelo Cariri
Compositores: Haroldo Cesar Franja, Marão, Zé Antônio e Zé Luiz
Vem do céu
A luz que irradia o calor
O Nordeste chora a seca
É o sol ardente sem temor
Os vaqueiros perdem o gado
As cangaceiras só têm dor
Meu cariri deserta
Minha caatinga não tem flor
As beatas chamam a chuva em oração
Os nordestinos clamam
Vamos semear o chão
A igreja contestando o milagre
Que a crença de um povo superou
Canta, canta meu cordel
Sertanejo já rimou (bis)
Entre versos e provérbios
Esperança não faltou
É festa na praça
Colheita farta no Juazeiro
São iguarias, bandeirinhas e barracas
Todo o povo se abraça
Dando graça ao padroeiro
Padre Cícero no céu
Eu também tiro o chapéu
Sou Engenho exaltando o milagreiro
A fé removeu montanha
Numa ação fenomenal (bis)
Hoje de vermelho e branco
Sou sertão no Carnaval
1992
Enredo: Mãe Terra e o homem refez a criação
Compositores: Jorge Branco, De Minas e Edson da Conceição
Oh, luz divina
Meu corpo vibra nos acordes da canção (bis)
O artista afirma
Que a vida nasce de um surdo de marcação
E a mãe baiana gera o mundo aos seus pés
Todas as nações cantaram samba, aiê baiana
Dos ornamentos os elementos naturais
Na solidão a bem da paz
A vida emana
(E eu falei vejam só)
A velha baiana criou o mar
O céu, a terra, o ar
Conta a lenda que do ventre
Um arco-íris fez brotar
Fez do samba oração, cantado em coro
Deu ao homem o maior dentre os tesouros
Viver e amar, a fantasia
É a ilusão de desvendar o dia-a-dia
Mariei, eu me alimentei
Do que você gerou (bis)
Do néctar do ventre concebido
Me ressaquiei, no samba me inspirei
Do morro, um afã vai pro asfalto
Linda mensagem que o mago criador
Deixou ao homem, para ser perpetuado
E o poeta sutilmente musicou
1993
Enredo: Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar
Compositores: Elmo Borges, Sirley, Oswaldo Barba e Mario Foca
Viajei (ô eu viajei)
Me vi criança e sonhei (e sonhei)
Com meu mundo encantado
Despertei o meu passado
E me fiz menino rei
Comandei meu palácio imaginário
Sendo parte do cenário
Sobre nuvens de algodão
Sorri das brincadeiras do palhaço
Bailam pipas no espaço (bis)
Roda, gira meu pião
Cantei cantigas e chupei balas de mel
Vi ciranda cirandinha (bis)
Nas voltas do carrossel
E no luar ouvi
Estórias de bruxaria
Quando o medo me invadia (ô surgia quem)
Surgia meu pai herói
Ganhei presente do velhinho camarada
Dentro da vida agitada
Sonhar, sonhar, sonhei
Eu sou criança, eu sou canção
Uma voz nessa folia (bis)
Explode esse coração
Meu Engenho da Rainha
1994
Enredo: Entre festas e fitas
Compositores: Di Minas, JB, Hércules Corrêa e Carlinhos de Pilares
Canto
O meu canto é poesia
É folguedo, é magia
É dança, é tradição
Canto
De norte a sul do meu Brasil
Pau-de-fita, pastoril
Bumba-meu-boi no Maranhão
Canto
O meu samba, minha fé ô
No Senhor do Bonfim da Bahia
Divino e a Romaria do Círio de Nazaré
Tem maracatu, cavalhada
Tem Natal, marujada
Tem o frevo e a congada (bis)
Festa junina e balão
Reisado e caboclinho no sertão
Gira, gira, gira ô
Na força da rainha Iemanjá
É com fé que eu chego lá
Desfilando tão bonita
Entre festas e fitas
No folclore popular
A serpentina eu vou jogar
Minha escola é o show
Feliz eu sou, festeiro musical
Arrebenta bateria
Guerreiros da folia
Nota dez no carnaval
Pintou o Engenho
Galera agita (bis)
Levanta os braços
Balance a sua fita
1995
Enredo: Yolhesman Crisbeles - A república de Ipanema é um desbunde
Compositores: Haroldo César Franja, Marão e Jorge Jordão
Com arte decantando a beleza
O amor e a natureza
Que ao poeta inspirou
Muita irreverência e alegria
Ipanema derretia a solidez dos generais
Avançada a mente na política
Artistas, sonhos intelectuais
A "ipanemia" transbordava
Pelos bares e nas praças
Na embriaguês dos imortais
Viajei no pier
E na praia constatei (bis)
O que por entre
A mini-saia admirei
Hoje ainda vou com meu amor
Namorar no Arpoador
Relembrar o que vivi
Lá nas dunas liam o Pasquim
A turma do Patropi
Proibia o proibir
A menina muito saliente encantou
A bossa que a garota etenizou
Foi berço da cultura em talento
Que o mestre com alento
Lá do alto abençoou
Oi, deixa a banda passar
Que a banda vai sacudir (bis)
Yolhesman Crisbeles
É um desbunde na Sapucai
1996
Enredo: Anjo Azul
Compositores: JB, Bulla, Helio Musquito, Wallace, Edson da Conceição, Klebinho, Dinho e De Minas
Foi nos anos 50
Cidade Alta em Salvador
O Anjo Azul surgiu
Na Rua do Cabeça
Num sobradão secular (secular)
Ponto de encontro
Dos artistas do lugar
O luxo e a riqueza
Misturavam-se com a simplicidade
Tudo se tornava natural
Sou Deus do Olimpo
Do barroco tropical
Canta, meu Engenho
Pisa forte nesse chão (bis)
A nossa bateria
Vem no pique da canção
Vem de lá, emoção
Com suas crenças e seus costumes exaltados
E Alorixá deu a receita, o drinque certo
Para ser feliz e ter sucesso
Na modernização (oi)
E na florescência cultural
Mário Cravo, Carlos Bastos e Caribé
Incentivo em cartão-postal
Venham pra ver
A realidade
Obras de arte
Decorando a cidade
Na Bahia tem, meu bem, magia
Anjo azul, xixi de anjo (bis)
Muito axé e poesia
1997
Enredo: De Bufalo Bill ao cowboy, viva o peão brasileiro
Compositores: ???
O peão boiadeiro
Rei do laço genial
O sertanejo ou caipira
Eis o cowboy nacional
Taí o nosso carnaval, ôô
Taí o nosso carnaval
Vem, vem, vem de lá
Da terra do Tio Sam
Buffalo Bill realizou
O rodeio que virou grande atração
Atravessou mar e fronteiras
Aqui chegou para brilhar
O Engenho vem com força e muita raça
Um novo show vai começar
O berrante, a anunciar
Queima do alho é cerimônia e tradição
Essa gente tão festeira
Os vaqueiros de Barretos
Lindos prêmios conquistar
Abre a porteira
Êta cavalo brabo
Em seu dorso
Um ginéte empolgado
É emocionante
Ao passado retornar
Na planície em meio Oeste
Os índios as caravanas atacar
A cavalaria do exército vem aí
Protegendo os colonos
Na batalha triunfal
E o artista faz o tempo não existir
Tem faroeste
Hoje na Sapucaí
1998
Enredo: Memórias de um Brasil Holandês
Compositores: Bulla, Marcos Balão, Hércules Corrêa, De Minas, Edson e William
Nessa terra tão linda chamada Brasil
Abençoada pelo clima tropical
Os holandeses com um toque sutil
Enriqueceram nosso canavial
Sob as ordens de "Nassau"
Sonho, realidade, ilusão
Fascinação, de Sergipe a São Luís do Maranhão
A fauna, a flora, paraíso de beleza
E a doce cobiçada riqueza
Não foi ouro, não foi prata
Foi açúcar sim senhor
Um tesouro adocicado
Que ao mundo adoçou
A arte, a ciência implantaram
Festejaram, o progresso chegou
Vinte e quatro anos se passaram
E a cidade maurícia despontou
Hoje meu Engenho é holandês na avenida
Num desfile triunfal
Irmanados numa despedida
Numa noite de carnaval
O boi voou
Vai voar outra vez
Em memórias de um Brasil holandês
1999
Enredo: De Cabral a Zito, Salve Caxias
Compositores: Hércules Correa, Bulla, Mery Lima, Miranda, JB e Marco Balão
A realeza chegou, chegou, chegou
Coroando a folia
A Engenho traz o show
De Cabral à Zito, salve Caxias
E a cananéia deu história
Martim Afonso vitórias
Indio a união
Conquistaram glórias
O passado e o presente a consagração
Salve Tenório, salve Duque e seu Brazão
Dignidade e trabalho, Zito é capaz
O petróleo é nosso, é Reduc, é Petrobrás
E o seu folclore crença e fé
Na ciranda palhaços e folias-de-reis
Grande Joãozinho da Goméia o Rei do Candomblé
E Antônio Cabeça Branca por tudo que fez
Novidades na feira popular
Homenagem ao Nordeste do país
O negócio é vender, quem que comprar
Domingo em Caxias, é domingo feliz
A Grande Rio é sambão, é raíz
Riscando o chão de poesias
Amor
Irmanados com Caxias, eu vou
Nessa avenida com emoção
Hoje e sempre
A Engenho no meu coração
2001
Enredo: 51 anos, uma boa idéia
Compositores: Fabinho da Raça, Miolinho, Pica Pau, Mário Gordo e Gilberto Fita
Raiou uma nova era
Em vermelho e branco vou cantar
Isso sim é boa idéia
51 anos de história pra contar
Meu berço é o Engenho da Rainha
Um doce abrigo pra Carlota Joaquina
Fiquei por estas terras verde e rosa pavilhão
Coroa onde impera a tradição
Fui Ganga-Zumba
Sou grito de liberdade
Ecoando pela cidade (bis)
Com tanta alegria até mudei de cor
Encarno a raiz de um povo sonhador
Ao ver
Pelo que passamos dá pra emocionar
Através dos anos à consolidar
Samba é a cultura popular
Também sou Carlos Cachaça, berço da poesia
Outra vez vou cantar nessa folia
Te amo, meu Engenho da Rainha
E essa festa, todo povo contagia
São tantos anos nesse amor, nessa magia (bis)
Um show de samba, alegria e emoção
Que boa idéia vou gritar é campeão
2003
Enredo: Das trevas para a luz, a eterna luta entre o bem e o mal
Compositores: João do Peixe, Walter do Engenho, Miranda, Walter da Oficina e Ciganerey
No universo
Uma explosão cósmica, tão bela
Fez brilhar um clarão
Da treva, se fez luz
E o divino
Que o firmamento conduz
Água, terra, fogo e ar
Se misturam gerando vida
Para no planeta, imperar
E a pureza, reinava no ser, no ser
Era belo o nosso mundo (bis)
Como o tempo se corrompeu
O homem, puro se perdeu
Hoje busco a felicidade
Paz, amor e fraternidade
Deuses do bem que fazem
Renascer o paraíso
Do meu viver
Vamos semear, colher e dividir
Ao criador agradecer
Para a natureza sorrir
É o Engenho que chega
É o Engenho que passa
Irmanando as massas (bis)
Num desfile genial
Afinal, é carnaval
2004
Enredo: São amados os Jorges brasileiros
Compositores: Bula, JB, Pedrinho e Fábio
A força da fé, encanta o índio o Brasil menino
Na força da fé, da África até, cumprir seu destino
Hoje ele é Jorge, é guerreiro, grego padroeiro
Ogum Orixá, chegou a hora
De quem chorou gargalhar
Jorge Babú
Com sua luta, o feria fez valer
Perseguindo o seu destino
Ganhou da vida o que fez por merecer
Hoje o samba te exalta, na luz da ribalta
Seu nome a brilhar, anseia um mundo de paz
Ele é filho de Ogum, filho de Ogum não cai
Já coloquei nesta estrada, cerveja branca
E mel de abelha e Ajeum (bis)
Axé, deixa o povo cantar
Hoje eu vou Saravá meu pai Ogum
Jorge Amado
Abençoado pelo Dom da poesia
“Tieta faz graça”, “Compadre Ogum”, “La vem Gabriela”
Ele é filho de Oxum
Cadê Teresa, por onde andas meu amor
Foi Maravilha, a galera delirou
Jorge Benjor, o teu swing me encantou
Chegou a hora, pra que chorar
Vamos cantar, vamos sorrir
Levante a bandeira do samba
Quem é do santo, devagar pra não cair
A lua no céu brilhou, clareou
Vem chegando a madrugada, amor, amor (bis)
Início de um novo dia, o Engenho
Vem no toque da alvorada
2005
Enredo: Rosa Vermelha, Rosa Amarela, Rosa Branca, Rosa Chá... Até Rosa Barroca o Carnaval dá
Compositores: ????
De norte a sul, de leste a oeste
Meu Engenho é multicor
Já raiou o dia
Com as rosas de afrodite, a deusa do amor
No jardim das maravilhas
Floresce a mais bela flor
Que faz chorar de alegria
De saudade e dor
A lua, o mar clareia
As oferendas aos orixás
No templo da fé das orações e devoções
As rosas não falam, mas seduzem o poeta
A ter inspirações
A chuva rega a flor
A flor do amor
Que inundou e contagia (girou, furou) (bis)
Teu perfume envolvente
Tem a fragância da magia
Na primavera
Seu colorido é um colírio no olhar
Dádiva do Criador
Lá no Egito a Rosa Cruz se eternizou
Um bem me quer, pra flor mulher
A flor criança esperança (laiá, laiá)
Nesse mundo de emoções
Florir de paz os corações
Temos rosa na cultura, na saúde e no lazer
Rosa Fernandes, a guerreira é você (bis)
Rosa Magalhães
No mundo do samba faz acontecer
2006
Enredo: Na terra do samba o Engenho da Rainha faz a sucata virar luxo
Compositores: Haroldo Cesar, Calixto do Cavaco, Vinicius Rangel, JB, Joacy do Nascimento e Miranda
Ouçam essa voz
Que os ventos sopram pelos cantos do planeta
É a voz da natureza, pedindo preservação
É hora de mudar, despertar a consciência
Usar a nossa inteligência, reciclar é a ciência
Nossos rios e mares estão morrendo com tanta poluição
Se o sistema não mudar, água pode nos faltar
E a Terra lixo vai virar
Vidro, borracha, papel, plástico e metal
O vai-e-vem dos produtos (bis)
Tá no nosso carnaval
É fonte de renda quem não se lembra
Garrafeiro ferro-velho
Em busca de um qualquer
Troca alumínio e casco
Por brinquedo ou picolé
Quantos garimpando o lixo
Dão sustento para o lar
A sucata com capricho
É um luxo a desfilar
E dessa forma minha escola vai passar (bis)
No Engenho da Rainha a vida tem valor
Conservar a natureza para sempre eu vou (bis)
Meu manifesto é gesto de amor
2007
Enredo: Ganga-Zumba - raiz de liberdade
Compositores: Guará, De Minas, Bizil e Jacy Inspiração
Quando o leiloeiro apregoou
Vai haver uma princesa no leilão
Não sabia que vendia
Quem daria a luz um dia
A raiz da libertação
Liberdade, palavra com sabor de mel
No cativeiro tão cruel
Negros fugiam e se reuniam
Entre vastos palmeirais
Eis que a nação quilombola surgiu
Evoluiu muito mais
O rufar dos atabaques
Ecoava pelos ares (bis)
No grito de liberdade
Do Quilombo de Palmares
É festa na aldeia
É canto, é dança, é batucada
A lua no céu clareia
É o sangue, o suor, a raça
É Ganga Zumba que chegou pra desbravar
Aquele povo bravamente despertou
Existe a luta para quem quiser lutar
E este exemplo pelo tempo se espalhou
Liberdade, um direito
E nos versos da canção
É a brisa que me embala (bis)
É a força da razão
2008
Enredo: De Braços Abertos, o Engenho Embala a África em Berço Esplêndido
Compositores: ???
De braços abertos, meu Engenho
Vem reverenciar
A África “mãe brasileira”
Nesta festa popular
Seu canto de lamento, é liberdade
Entre as senzalas o grito ecoou
Com sua fé, sua magia
Trabalhando noite e dia, ele se libertou
Sua força então lhe deu a fama
O negro é sensacional
Tu és muito mais querido neste carnaval
Sou afro-Engenho da Rainha
Peço licença pra chegar (bis)
Trazendo boas novas da Bahia
Terra de tanta magia, terra de sinhá
Majestosamente, viva o axé dos orixas
Dom Obá ou Ganga Zumba
Liberdade eu peço paz
Ave Bahia, berço de cultura triunfal
Onde tem maculelê, jongo e maracatu
Vou fazer meu carnaval
E no reisado quanta alegria
Festeja o povo
Como é linda a alforria
Salve a África, salve o afro e o terreiro
Sou miscigenação (bis)
Sou cultura milenar, sou brasileiro